
Existem aqui estranhos ruídos
sopros, choros, gritos e gemidos
corpos, rostos, sem voz e sem olhar
gente, pedaços de coisas a saltar
lançando a morte e o nada para o ar
fragmentando os meus sentidos
ulcerando os meus ouvidos
com falsas canções de embalar
...mas
nesta febre dura e gelada
que para ti está guardada
nas palavras do pensamento
quando chegar o momento
o pó dos teus ossos vou mastigar
...a tua carne devorar
...o teu sangue sugar
sorvendo devagar
o teu último sopro de vida
que há muito me está prometida!
... então
serei eu a cantar
verdadeiras canções de embalar...
...
p.s. inspiração vinda de alguns comentários do post anterior
18 comentários:
Acendo a lareira...apago a luz, e deixo-me ficar a olhar as labaredas que são consumidas pelos meus olhos...escuto o crepitar e perco-me na sua melodia...deixo-me embalar nas palavras na quietude do silêncio...porém, olho em redor e faltam-me os braços para poder deitar a cabeça e sentir o suave toque das suas mãos...
...sinto um sopro, escuto um ruído...não abro os olhos, pois sei que ali não estarás...prefiro tecer teias imaginando-te perto de mim...e deixo-me embalar em sonhos, para que me possa embeber na alma negra...da saudade que se adentra!!!
Este teu post está magnifico, comentei-te, lembrando-me das caricias suaves, que a minha vôvô me dava antes de partir na caminhada para outro Mundo!
Beijinho
boa demais sua poesia....fantastica...adorei as rimas e os vocabulos utilizados como ulcerando..sorvendo...maravilhoso parabéns por esta inspiração!
Para mim as canções de embalar são todas verdadeiras... porque as outras não se chamam "de embalar"....
Beijinho...
o ambiente em que te envolves ...o designio de musica ...o chao que te toca tem imensa profundidade...gostei...
bruno
perdição
há gostos para tudo...
eu cá gosto da tua música, não sei fazer poesia, acho-a muito cordelista... mas obrigada.
e tb gosto mt do nome do blogue como já foi referido.
abraço
maria
relembras esses beijos, como se fossem tatuagens... porem, há tatuagens, que não se mostram, estão escondidas, bem gravadas na alma...
....
resposta ao comment: tb eu, todas as canções de embalar eram verdadeiras, mas cuidado... muito cuidado, isso era no antigamente... hj temos que saber... quem no-las canta, ou aos nossos... capice?
abracinho
anónimo bruno,
obrigada, por gostares.
mas estás enganado, o chão que me toca não é assim tão profundo... assim como a ti e a toda a gente... profundo só o mar mesmo, porque segundo as novas leis camarárias dos cemitérios, é apenas 1,5 m. de profundidade até ao solo.
abraço,
já li q não és o anónimo 1
tinta permanente
grata tb pela visita...e respondo neste post, pode ser?
e por poder disfrutar de tão belas palavras e fotografias... aqui e lá tb... quem sabe... sabe mesmo.
abraço
Dramática poesia a tocar o sobre humano...fantástico...
Doce beijo
Oi M.A.
Muito obrigada pelos teus comentários. Ainda não te respondi nem li este último post pq tenho andado com muito trabalho.
Tentarei passar aqui mais à noite, para te deixar um comentário decente (não quis deixar-te sem resposta por agora).
Beijo e obrigada,
Stella
Olá linda poesia neste blogue que eu desconhecia.
Beijinhos,
Fernandinha
é bonita, mas ao mesmo tempo tão triste...
ouvir canções de embalar é bom, quando a companhia nos agrada... principalmente quando estamos em baixo...
Olá M.A.
Este post começa por ser estranhamente reconfortante, na medida em que poupa ao leitor a sua própria descrição de algo que, muitas vezes, é lugar comum. Isso já foi feito, por ti, bastando-me ler, cansar-me-ia ter que ser eu a dizê-lo, a denunciá-lo.
A segunda parte é já diferente. Consigo compreendê-la e compreendo-a como sendo uma verdadeira vingança e triunfo após a mesma.
Desculpa-me se não era nada disto...
Beijo,
Stella
Hum...
Este teu poema...
Vou te contar...
Diz tanto mas tanto que lhe sorri
E sim, vamos cantar uma canção de embalar
Para que o teu sono eu possa velar
Beijo minha Querida Pètala...GRANDE!!!
(*)
Acompanharte-ei na musica de embalar e busco nela a confiança que tanto necessito para seguir em frente sem medos.
Um beijo enorme carregado de carinho e tudo de bom para ti!!!
Bonito poema. Gostei.
Nas asas da fantasia,
Venham comigo voar,
Os anjos ouvir cantar
com sua voz de magia.
Deixem-nos voar sem guia,
vamos pousar nas estrelas,
as coisas, más, esquece-las,
no nosso mundo de poesia.
...........................
olá fernanda,
obrigada pela visita, já vim aqui, várias vezes, porque nem sei o que dizer... calhou agora a ousadia de comentar este post... um final assim, arrebatador, de optimismo, uma prespectiva de enorme esperança, uma força que me sacode, como se alguem me gritasse aos ouvidos, 4 palavras mágicas...
de
pé
firme
direita!!!
um grande abraço
Oi
M.A.,
Não sei o que se passa mas pareceu-me grave...
Espero que consigas mostrar aquilo que és realmente, não te deixes atraiçoar pelo impulsos que os juízos dos outros geram em ti.
Beijo e boa sorte!
Stella
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